terça-feira, 2 de novembro de 2010

Felizes os Mortos

Que morrem no Senhor
Aleluia! Aleluia!

2 de novembro, Dia de Finados


Em Travancas é costume, depois da missa dos fiéis defuntos, haver uma romagem de saudade ao cemitério. A separação de sexos na igreja, sem ser rígida, mantem-se na procissão. No grupo de homens, à frente, não há nenhuma mulher,  embora  no grupo das mulheres, atrás, haja alguns homens, tal como nas missas.


Pelo caminho vai-se rezando o terço


Nós te rogamos Senhor
Pelos irmãos que morreram
E à procura do Teu rosto
À Tua porta bateram


Depois da breve cerimónia religiosa, cumprimentam-se os amigos  que há tempos não se viam. Dão-se notícias, despedem-se até à próxima.


A  morte não escolhe idades

Sabemos que estamos de passagem na vida; não sabemos é quando e como partiremos. 










O ritual das flores e das velas

No mundo ocidental é costume oferecer flores a quem gostamos e, por extensão, depô-las nas campas de familiares e amigos quando os visitamos no cemitério.  Apesar de haver menos procura, o preço das flores continua extremamente caro, se o compararmos com o praticado noutros estados da União Europeia.

Pequeno arranjo floral a sete euros, no mercado de Chaves.


Vaso de crisântemos amarelos  vendido a dez euros


Solução alternativa, carreta com flores, para várias campas!


Bonito arranjo feito com flores do quintal


O simbolismo da luz patente nas velas acesas

Há velas chinesas a vários preços. As mais baratas custam cinquenta cêntimos.



Romagem  e flores no Dia de Todos os Santos

Para os cristãos da freguesia, à semelhança do que acontece em todo o país, o dia 1 de Novembro é dia de ir aos cemitérios  de Travancas, Argemil e São Cornélio, enfeitar as campas e rezar pelas almas dos seus mortos.  Na oração, o caminho para aliviar a saudade. Vários são os filhos da terra, residentes nos centros urbanos e no estrangeiro, que demandam as aldeias da freguesia, para homenagear os seus mortos, embelezando campas, participando na missa dos fieis defuntos e na romagem ao cemitério.




Lavar, limpar, varrer, substituir as flores murchas ou de plástico por umas novas. Colocar os vasos ou arranjos nas posições mais adequadas.  Acender as velas...

Há quem faça esse ritual em duas ou mais sepulturas.


Há quem, de São Cornélio, vá ao cemitério velho e ao novo...


Para os de Argemil, com familiares sepultados nos dois cemitérios,  a romagem é dupla também


Para todos, o mesmo objetivo: ter a campa dos seus mortos enfeitada, estar com eles, matar saudades, pedir para que descansem em paz e que o Senhor os acompanhe. A fé dá força anímica a quem acredita na vida para além da morte.


1 comentário:

Anónimo disse...

Lindo Post(al)!

Num dia de tão imensa quão triste SAUDADE, as flores e o encontro de amigos ainda são um consolo para uma Vida que, afinal é ingrata para (quase) todos e atroz para muitos.

Sabemo-lo assim, embora nós nem flores nem encontro tocáramos!....


Tupamaro