quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A Apanha da Castanha

Ouro da agricultura

Travancas, freguesia  situada à mais alta altitude, no concelho de Chaves, está  integrada na Terra Fria transmontana, região  de maior produção de castanha em Portugal.
 

Na apanha, não se pagam jeiras. O trabalho é feito por familiares, vizinhos e amigos. Nesta época  do ano, há quem venha à terra ao fim de semana ou tire férias, para as apanhar.


No  outono, quando a castanha fica madura, os ouriços arreganham-se, deixando-as cair. As primeiras começam a pingar em outubro, com a chuva e o vento.


São muitas as famílias que nas aldeias da freguesia - São Cornélio, Roriz, Argemil e Travancas - se dedicam à apanha.
 
 
O objetivo é vender a castanha aos intermediários que sobem ao Planalto de Travancas, à procura do fruto. A castanha transmontana tem saída nos mercados consumidores porque tem fama de ser de boa qualidade.
 
 
No passado, comercializava-se alguma castanha mas não havia tanta procura como agora.  O aumento é induzido pela indústria de chocolate  e pelo consumo de doces e bolos de castanha.
 
 
 
Nesse tempo era descascada para dar aos recos e  a de melhor qualidade destinava-se principalmente a ser consumida. Quem  não se lembra do caldo de castanha, da castanha cozida ou assada nos magustos?
 
 
Atualmente, na União Europeia, há escassez de castanha, estimando-se que seja necessária a plantação de 40 mil hectares de souto, nos países produtores - Espanha, Portugal, França e Itália.


A variedade de castanha judia, a de maior calibre, é também a de maior rendimento. Os intermediários estão a pagá-la a 2 € ao produtor, por 1 kg. Ao consumidor, porém, nos centros urbanos, é vendida a 4€ ou mais.
 
 
A castanha longal, também com forte produção na freguesia, apesar de ser mais saborosa que a judia, tem menor valor comercial porque é de calibre inferior. Sendo de menor procura por parte dos consumidores, os intermediários estão a comprá-la a 1,25 €.
 

Nos últimos anos, aumentou a plantação de castanheiros na União de Freguesias de Travancas e Roriz. A tendência é para a área de soutos se expandir, correspondendo ao aumento da procura de castanha e ao bom  preço pago ao agricultor. Atualmente, produzir castanhas é mais rentável que produzir batata ou centeio
 

Será a castanha o ouro dos agricultores transmontanos?  O senhor João, de Argemil, no seu souto, está na expetativa de apanhar uma tonelada. Como diz, e bem, a castanha não dá trabalho e não carece de adubos como a batata e o centeio. Basta apanhá-la!




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