segunda-feira, 5 de março de 2018

Sol Poente, Sol Nascente

Hibernal horizonte vermelho

Maravilhosa  visão do pôr-do-sol, ao  longe, nas  alturas de Barroso.



O encontro com  o Éden deu-se há dias, num entardecer gélido, quando subi da Veiga de Chaves à "Montanha".



O grande escritor transmontano, Miguel Torga, a  este paraíso deu-lhe o nome de Reino Maravilhoso.



Extasiado, parei o  carro no divisor das bacias dos rios Tâmega e Tua, encantado com a  beleza da obra do Criador do  céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis.


Contemplar o astro rei no ocaso,  inundando de vermelho o horizonte, é um ensinamento,  uma graça concedida  à criatura de barro que o Criador insuflou com o sopro da  vida.



Do Oriente ao Poente, do zénite ao nadir, o percurso  solar é similar ao do viandante no caminho para o  Oriente Eterno. Nascer, crescer, morrer, renascer, num eterno ciclo  de vida e morte. Nesta misteriosa peregrinação, uma arcana interrogação: tem o homem uma missão?






Perante tão grandiosa dádiva, faço minha a prece "Eu Profundo" de Fernando Pessoa:



Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte!
O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu!
Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também.
Onde nada está, tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) - eis o teu corpo.




 Sol  nascente



Juul, aurora da vida




Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, 

ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.

Torna-me puro como a água e alto como o céu.



Parabéns avô...





Torna-me grande como o Sol,

para que eu te possa adorar em mim;

e torna-me puro como a lua,

para que eu te possa rezar em mim;

e torna-me claro como o dia
para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te.
 


Nesta data querida...



Senhor, protege-me e ampara-me.
Dá-me que eu me sinta teu.
Senhor, livra-me de mim.






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