sexta-feira, 31 de julho de 2020

Incêndio às portas da aldeia

Castanheiros crestados pelas chamas

Por-do-sol sob névoa de fumo ardente



Barragem do Vale das Tábuas e Serra de Mairos calcinada


Um incêndio de grande dimensão, que se supõe ser de origem criminosa, deflagrou, pelas 15h30 do dia 29 de julho, em Vila Verde da Raia.

As chamas, em três frentes, foram puxadas pelo vento em direção a Curral de Vacas e Mairos.

Às 17 horas, na foto, o fogo estava em  Mairos, aldeia onde reduziu a cinzas a mata  que envolve a capela de S. Tiago. Subindo a encosta do Vale Grande, chegou a Travancas pouco depois.




Com a aproximação do fogo instalou-se a angústia e medo  nos moradores, receosos de que as chamas chegassem  às casas. Às 18h50, no cimo das ruas  Direita, do Sol e 1º de Maio, começaram a arder pinheiros, carvalhos, giestas e castanheiros.


Minutos antes, militares da GNR, à civil, com o objetivo de salvar vidas, forçaram os moradores a abandonar rapidamente as suas casas. No Largo de São Bartolomeu, tido por seguro,  concentraram-se mulheres, crianças e alguns homens.


Armazém dos Maldonados e poste retransmissor  de rede telefónica.


A casa da Rua do Sol, miraculosamente não foi consumida pelas chamas.



Foi tudo rápido. Em poucos minutos as chamas queimaram tudo quanto era passível de combustão.




No rescaldo, por entre o fumo e o cheiro a queimado para apagar troncos ainda fumegantes e calcinados.


 
À volta do antigo quartel da guarda-fiscal e da antiga escola primária as chamas abrasadoras calcinaram a vegetação.



Baldes de água e mangueiras usadas para apagar focos fumegantes







Os bombeiros passaram por  Travancas sem apagar chamas. A tragédia foi evitada graças à ação de moradores que, sulcando regos com os tratores, travaram a progressão das chamas a poucos metros ds habitações.







Fardos de palha do senhor Heitor, de Argemil,  devorados  pelas chamas













 Ficou tudo reduzido a cinzas, em ambos os lados da estrada, desde o Vale Grande até à Roçada, entrada da aldeia. Uma imagem desoladora,  a fazer lembrar o grande incêndio de há 15 anos.












Imagem desoladora,  a fazer lembrar o grande incêndio de há 15 anos.





Ouriço cacheiro encontrado morto. 
Outros animais terão sido queimados pelas chamas, incluindo de grande porte. Fala-se em seis javalis e duas cabras montesas!


Flores na campa do ouriço-cacheiro, em chão calcinado, deixadas  por crianças  que presenciaram e ficaram marcadas pelo  incêndio.




sábado, 25 de julho de 2020

Boa Viagem - Boa Viaxe

A quem se dirige à fronteira

Travancas tem, desde 21 de Novembro de 2019, uma primorosa sinalética rodoviária na estrada para Espanha, no alto da Roçada. 


21 NOV 2019 - 1ª fase 

Montagem da estrutura, em forma de abrigo, com informação rodoviária.



Pilares, vigas e  telhado, em granito da região. Gravação da informação rodoviária em granito preto do Zimbábue.

O painel, mais resistente que a madeira às intempéries, tem maior durabilidade. Só por cataclismo natural, pancada de trator ou outro ato de vandalismo é que se parte ou cai.



"Puseram mal, devia ser Arzádegos", comentou o senhor Manuel. 
Em português, no entanto, o nome da vizinha aldeia galega, escreve-se  Arçádegos. 




15 JULHO 2020 - 2ª fase


Devido  à falta de disponibilidade do empreiteiro e ao fecho da fronteira até final de Junho, a colocação de lousa no telhado  esteve por fazer até Julho de 2020. .


Telhado de granito revestido com duas pranchas de contraplacado e fitas de alumínio negro em toda a volta para proteger da humidade o contraplacado.


 Telhas de lousa. As telhas de ardósia negra são sobrepostas em camadas e fixadas com ganchos de arame, espetados  no contraplacado e no granito. É um trabalho de especialistas.



Como a tecnologia é pouco conhecida na zona de Chaves, houve necessidade de recorrer ao serviço da empresa Cobiertas Losada, de Verim.


Este painel de informação rodoviária,  com típico divisor de águas da Alta Sanábria, inspira-se num que o Parque Natural de Montezinho construiu, em madeira,  em Rio de Onor, já bastante degradado.



16 JULHO 2020

Última fase, último interveniente. Marceneiro de Curral de Vacas colocando, com finalidade decorativa, ripas de madeira na superfície inferior da placa de  granito.


O resultado tem o efeito de um elixir à vista.






quinta-feira, 23 de julho de 2020

Eterna saudade

Argemil diz adeus a um dos seus

No dia 18 de Julho faleceu em França, onde era emigrante, o senhor Alcino Morais.


Vítima de doença incurável, terminou o seu caminhar terreno aos 52 anos.




O corpo veio trasladado  para a sua terra, onde tinha muitos parentes.


No dia 22 de julho, além de familiares, acompanharam-no  amigos e vizinhos, de Argemil, São Cornélio e Travancas.


...na sua última viagem, até ao cemitério da aldeia. No funeral terão estado mais de 100 pessoas, das quais, à volta de 50 no interior da igreja, guardando distanciamento social, devido ao Covid-19.


As exéquias foram celebradas pelo senhor Padre João Miguel, cura de Cimo de Vila da Castanheira.