Bem-vindos!
Um regresso temporário a Travancas para descansar, recuperar energias para mais um ano de trabalho, matar saudades da terra, da família e dos amigos. Todos os anos, no verão, é assim - repete-se o ritual de chegadas e partidas! No final das férias, quais aves migratórias, retomam o caminho inverso, rumo a França, Bélgica, Alemanha, Suiça, Espanha e Luxemburgo, principais destinos de acolhimento dos emigrantes da freguesia na Europa.
O Café Central - não há outro em Travancas - é o espaço social de eleição dos emigrantes para estabelecer relações de convivialidade e ficarem a par da vida na aldeia nos últimos tempos. Quando lá fui ver a final do campeonato do mundo de futebol, já lá estavam alguns. Com a aldeia a encher-se, até os bancos da igreja, ao domingo, ficam mais bem compostos de gente mais jovem, e a esplanada do Café Central, principalmente à hora do almoço, torna-se pequena para amenas cavaqueiras.
Foi lá que travei conhecimento com o senhor Hermínio Guedes e a dona Isabel, emigrantes em Valais, Suiça francesa, tendo ficado combinado que nos voltaríamos a encontrar, para uma entrevista.
O casal tem uma bonita casa em Travancas, com a particularidade de as grades do muro e o portão de entrada serem feitos com autênticas rodas de ferro, das carroças. Todavia, nenhum é natural da aldeia. Ele é de Chaves e ela, de Boticas, região do Barroso. A construção da casa, em Travancas, tornou-se realidade quando a família não deixou escapar a oportunidade de comprar, em condições favoráveis, um terreno na aldeia.
Outra coisa que chama a atenção é a bonita latada no terreno anexo. Travancas não é terra de vinho mas as videiras, algumas das castas moscatel e dona maria, estão carregadas de cachos de uvas. O senhor Hermínio garante que sim senhor, que são de boa qualidade e são vindimadas. A ver, vamos!
O percurso de vida deste emigrante, transmontano dos quatro costados, é similar ao de muitos outros. Partiu para a Suiça em 1987, onde conheceu a Isabel e por lá casou civilmente, dois anos mais tarde. O casamento religioso, de maior significado no domínio dos afetos, realizou-se na igreja da Madalena, em Chaves. O senhor Hermínio sofre da nostalgia da terra. Cá, "sinto-me melhor que lá fora", diz ele; até as constantes dores lhe passam!
Fui encontrá-lo na latada a carregar umas sobras de mosaicos com que mandou fazer o chão da cozinha. De resto, além das idas a Chaves, ao Café Central para conversar com amigos e ir a uma ou outra romaria, entretem-se a cortar relva e silvas.
Com os netos e quatro filhos, todos homens, dispersos por França, Suiça e Espanha, a dona Isabel não sente a mesma vontade que o marido de passar férias em Portugal. O coração de mãe fala mais alto. "Prefiro estar lá" diz, sem hesitar. Enquanto dona-de-casa, cá espera-a o cabo dos trabalhos, a fazer compras, cozinhar, lavar, passar, limpar móveis e vidros de janelas cobertos de pó. Assim a quem apetece vir passar férias destas?
Micael e a bonita avó paterna, dona Felizmina.
Tem 16 anos o filho mais novo dos Guedes. Viveu em Travancas e em Chaves até aos doze, onde deixou os amigos que revê nas férias. Apesar de gostar mais da Suiça, onde os ordenados são três vezes superiores, justifica, acompanha os pais "de boa vontade" e por vêzes é ele que os estimula a virem. Em Sion está a tirar um curso profissional. Aliás, é porque as aulas recomeçam dia 8 de agosto que os pais tiram férias mais cedo e não ficam para o a festa do Senhor dos Aflitos.
O Café Central - não há outro em Travancas - é o espaço social de eleição dos emigrantes para estabelecer relações de convivialidade e ficarem a par da vida na aldeia nos últimos tempos. Quando lá fui ver a final do campeonato do mundo de futebol, já lá estavam alguns. Com a aldeia a encher-se, até os bancos da igreja, ao domingo, ficam mais bem compostos de gente mais jovem, e a esplanada do Café Central, principalmente à hora do almoço, torna-se pequena para amenas cavaqueiras.
Foi lá que travei conhecimento com o senhor Hermínio Guedes e a dona Isabel, emigrantes em Valais, Suiça francesa, tendo ficado combinado que nos voltaríamos a encontrar, para uma entrevista.
O casal tem uma bonita casa em Travancas, com a particularidade de as grades do muro e o portão de entrada serem feitos com autênticas rodas de ferro, das carroças. Todavia, nenhum é natural da aldeia. Ele é de Chaves e ela, de Boticas, região do Barroso. A construção da casa, em Travancas, tornou-se realidade quando a família não deixou escapar a oportunidade de comprar, em condições favoráveis, um terreno na aldeia.
Outra coisa que chama a atenção é a bonita latada no terreno anexo. Travancas não é terra de vinho mas as videiras, algumas das castas moscatel e dona maria, estão carregadas de cachos de uvas. O senhor Hermínio garante que sim senhor, que são de boa qualidade e são vindimadas. A ver, vamos!
O percurso de vida deste emigrante, transmontano dos quatro costados, é similar ao de muitos outros. Partiu para a Suiça em 1987, onde conheceu a Isabel e por lá casou civilmente, dois anos mais tarde. O casamento religioso, de maior significado no domínio dos afetos, realizou-se na igreja da Madalena, em Chaves. O senhor Hermínio sofre da nostalgia da terra. Cá, "sinto-me melhor que lá fora", diz ele; até as constantes dores lhe passam!
Fui encontrá-lo na latada a carregar umas sobras de mosaicos com que mandou fazer o chão da cozinha. De resto, além das idas a Chaves, ao Café Central para conversar com amigos e ir a uma ou outra romaria, entretem-se a cortar relva e silvas.
Com os netos e quatro filhos, todos homens, dispersos por França, Suiça e Espanha, a dona Isabel não sente a mesma vontade que o marido de passar férias em Portugal. O coração de mãe fala mais alto. "Prefiro estar lá" diz, sem hesitar. Enquanto dona-de-casa, cá espera-a o cabo dos trabalhos, a fazer compras, cozinhar, lavar, passar, limpar móveis e vidros de janelas cobertos de pó. Assim a quem apetece vir passar férias destas?
Micael e a bonita avó paterna, dona Felizmina.
Tem 16 anos o filho mais novo dos Guedes. Viveu em Travancas e em Chaves até aos doze, onde deixou os amigos que revê nas férias. Apesar de gostar mais da Suiça, onde os ordenados são três vezes superiores, justifica, acompanha os pais "de boa vontade" e por vêzes é ele que os estimula a virem. Em Sion está a tirar um curso profissional. Aliás, é porque as aulas recomeçam dia 8 de agosto que os pais tiram férias mais cedo e não ficam para o a festa do Senhor dos Aflitos.
Se Deus quiser, para o ano estarão de volta!