terça-feira, 25 de maio de 2021

Quantos somos?

 Censos 2021

 
Quem não a conhece em Argemil, São Cornélio e Travancas? Ela é a Marta, rosto dos agentes do Recenseamento Geral da População nas aldeias da freguesia

 


domingo, 2 de maio de 2021

Unha cervexa en Arzádegos

De regozijo pela reabertura da fronteira 

Ida e volta ao outro lado da raia.

Devido à pandemia do coronavíirus,  a estrada entre Travancas e Arçádegos esteve  bloqueada com duas vigas de cimento,  entre 31 de janeiro de 2021 e 16 de março. Antes do término, porém,  o fecho foi prolongado até 30 de abril. 

Com o anúncio da reabertura das fronteiras terrestres, as vigas foram retiradas na manhã do dia Primeiro de Maio.


Ontem, Dia do Trabalhador,  por estar a fazer trabalhos agrícolas, não  pude deslocar-me a Arçádegos, mas hoje, mesmo sabendo que em Espanha continua a vigorar o estado de emergência,  fui ao outro lado da raia festejar a liberdade de circulação, sem receio de ser contagiado.


Dia ensolarado e primaveril. De  Travancas ao Vale Grande a estrada é sempre a subir. Para lá da suave paisagem, humanizada por searas e soutos, o olhar estende-se sobre  um majestoso mar de montanhas com quase 360 graus de ângulo.

Passada a fronteira, a estrada serpenteia, em íngreme descida, por giestais, campos cultivados e terrenos atapetados de tojos e urzes floridas.

 

Do alto de Arçádegos avista-se Florderrei Vello,  airosa aldeia situada num outeiro da Serra de Penas Livres, e em cujo topo se perfila a Ermida oitocentista de Nossa Senhora das Portas Abertas.

No local havia um castro celta. Uma lenda pagã diz que o sítio foi lugar de peregrinação das almas dos mortos, transformadas em formigas voadoras no final do Verão.



As relações entre vizinhos raianos, sem contrabando nem contrabandistas, perderam intensidade e o cunho de cumplicidade que as singularizava. 

Em Arçádegos, o comércio vocacionado para os portugueses caiu a pique após a adesão dos dois países ibéricos à CEE em 1986.

 

 

Hoje vai-se de um ao outro lado da raia em passeio, às festas e pouco mais.  Pessoalmente, fiz da "Taberna Entre Nós o poiso onde vou bebericar, petiscar e aproveitar para meter conversa com  algum galego.

A um deles, reformado, perguntei onde era a casa da família do escritor Sílvio Santiago e não me soube responder. Desculpou-se, dizendo que tinha estado na Alemanha muitos anos, como emigrante. Outro, de Travancas não conhecia ninguém, exceto o Toninho Maldonado, por quem perguntou.

 

CERVEXA,  bom pretexto para uma escapadela ao outro lado da raia.

Depois de saborear uma Estrella Galicia, cerveja leve, dei uma volta pela aldeia, à procura das adegas tradicionais.
 


Passadiço  de madeira sobre  o regueiro que nasce na face Norte da Serra de Mairos. Trata-se de uma obra integrada na Rota do Contrabando, caminho recuperado há anos pelo concelho de Vilardevós, municipalidade  a que Arzádegos pertence.

 

Camiño das Bodegas

Numa terra onde não há vinhas, consta terem existido 40  adegas tradicionais, datadas de há mais de 100 anos. Cinco delas, pelo seu valor histórico, foram restauradas pelos proprietários.  

Não havia  vides mas fazia-se e bebia-se à farta o néctar de  Baco com uvas compradas noutras terras galegas e em Portugal. Histórias de borracheiras não devem faltar!


Neste Caminho das Adegas, o mesmo do contrabando,  encontra-se uma harmoniosa fonte de nascente, de linhas sóbrias. O telhado, feito em granito e com grande inclinação, formando  um triângulo com vértice voltado para o alto e cruz ao centro, evoca a imagem, em miniatura, das grandes abadias dos monges cistercienses e das catedrais góticas cujos  pináculos pareciam tocar o céu.


Povoação fértil em água, Arçádegos tem neste momento  as leiras lavradas para o plantio das hortícolas. 

 

A placa toponímica "Portugal  por Trabancas" indica que temos de seguir o caminho para a direita. Às vezes tem que ser!
E a igrexa, afinal, é de Santa Baía ou de Santa Eulália como já tenho lido?

 

Alto de Mairos lá riba. Bem íngreme!
 

 

Marco fronteiriço

P´ra rente, Portugal.


À entrada da Capital da Batata, a placa toponímica saúda os viajantes na língua dos irmáns de fala: Benvidos a Trabancas