Saberes e sabores da terra
O senhor Zé e a dona Conceição, sua esposa, fazem da matança do reco uma forma de completar o rendimento familiar. O fumeiro produzido, segundo o tradicional método transmontano de cura, é vendido ao consumidor, na unidade familiar e na Feira do Fumeiro de Chaves.
Um convite à gula
Há dias, provei um destes salpicões e confesso, sem exagero, que nunca outros me souberam tão bem. Já há vários anos que me habituei à excelente qualidade de alheiras, bucho, chouriças e salpicões feitos pela dona São. Este ano comprei-lhe um presunto do ano anterior e também o achei saboroso, sem sal em excesso. O único senão é a gordura a mais. Mas este é um problema cultural porque em Trás-os-Montes gosta-se que as cevas estejam bem gordas na altura da matança.
As feiras de fumeiro, em Trás-os-Montes, têm contribuido para o aumento da procura. A dona São vende na de Chaves, este ano realizada entre quatro e seis de fevereiro de 2011.
Espero que ao aumento da produção artesanal, forçado pela procura, não corresponda uma diminuição da qualidade.
Cozido à transmontana
Domingo passado, a dona Maria, de Águas Frias, convidou-nos, a mim e à minha mulher, para almoçarmos, em sua casa, um cozido. Ela sabe que aprecio este conhecido prato da gastronomia transmontana.
Juntando o fumeiro da São, as batatas e couves de Travancas, à esmerada arte da cozinheira, o resultado é uma saborosa refeição, regada com um reserva tinto, de Santa Valha, digno de Baco.
Quem não é servido?