Elogio à raiana da montanha
Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça
In Garota de Ipanema
Compositores, Vinícius de Morais e Antonio Carlos Jobim
Haverá algum homem que não aprecie a vaidade feminina?
A vaidade começa na infância ou aprende-se? Qualquer menina, nas suas brincadeiras, experimenta os saltos da mãe e os batons. Contudo, a vaidade será própria do género feminino ou é um fenómeno cultural? Os especialistas dividem-se.
Há tempos atrás, passeando por um centro comercial, a fazer hora para ir à oficina buscar o carro, parei a olhar para um grupo de cinco manicuras a arranjar as unhas a outras tantas senhoras de diferentes faixas etárias.
Fixando nelas o olhar, dei comigo a pensar. Porque "perdem" tanto tempo as mulheres a cuidar das unhas, a pintar o cabelo e os lábios ou a fazer tratamentos de beleza ao rosto? O que as motiva a valorizar o corpo? Porque seguem os padrões de beleza ideal e a última moda?
Poucos dias depois dessa inesperada reflexão, fui até São Cornélio, à festa do padroeiro, e fiquei agradavelmente "surpreendido" com a estética das toilettes femininas. Sempre ouvi dizer que, antigamente, em jeito de elogio, as mulheres da cidade de Chaves se arranjavam bem. Bom, no dia da festa, pela amostra do calçado e dos pés, as raianas de hoje não lhes devem ficar atrás!
Será por as mulheres serem vaidosas que Jean Jacques Rousseau, famoso filósofo francês, da Época das Luzes, escreveu que "As mulheres constituem a metade mais bela do mundo"?
A mulher não é objeto, é a Eva companheira do homem. Durante a Revolução Cultural na China, os maoistas, com a sua famosa frase «As mulheres detêm metade do céu», estavam a proclamar que não podia haver emancipação da humanidade sem a participação e a emancipação de metade da sociedade – as suas mulheres.
Num elogio às mulheres das terras da raia, termino com um excerto do bonito poema da música "Garota de Ipanema"
Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
In Garota de Ipanema
Compositores, Vinícius de Morais e Antonio Carlos Jobim