Dia da Liberdade na neve
Fotografar casas cobertas de neve era possível em Travancas, até há 10 anos, quando havia grandes nevões. Agora, para ver tudo coberto de branco, é preciso ir à Serra do Larouco ou a Padornelo, aldeia do outro lado da raia. Mas, até quando?
Nevascou em Travancas no 25 de Abril, Dia da Liberdade, e no dia anterior, fazendo o coração saltar de regozijo.
A queda de neve e o manto branco proporcionam sempre um alegre desassossego, mesmo sendo poucochinha e de pouca dura...
... que não ofusca a tristeza por não haver nevadas como outrora.
E o culpado da mudança não é a mãe Natureza mas o próprio ser humano!
Nos campos lavrados do Vale Grande a neve também era escassa.
E em Padornelo, como seria? No dia 24 de abril travessei a fronteira, levando comigo os "flamenguinhos" A família estava cá a passar férias. Fui por Arçádegos e Vilardevós em direção à auto-estrada que passa na Sanábria. Havia muita neve na aldeia, situada a 1.300 metros de altitude, mais 400 m que em Travancas.
No dia seguinte, 25 de Abril, nevou de
novo em Travancas e não foi difícil convencer os pais dos flamenguinhos
a irem todos brincar na neve a Padornelo.
A aldeia, pertencente ao concello de Lubián, na Alta Sanábria, é de língua galega, onde não ouvimos dizer "no comprendo", mas está anexada desde o século XIX à província castelhana de Zamora.
É a segunda vez que o feriado é passado a brincar na neve. A primeira, inesquecível, foi há mais de vinte anos, em Bergen, na Noruega, onde estava eu a menina que agora é mãe.
A brincar com os gnomos trolls e a atirar-me bolas de neve passou-lhe a birra que durava desde Oslo. Linda quando sorri, estava reconciliada com o pai!
A brincar com os gnomos trolls e a atirar-me bolas de neve passou-lhe a birra que durava desde Oslo. Linda quando sorri, estava reconciliada com o pai!
Como contraponto à beleza da aldeia de montanha, o manto branco esconde uma triste realidade demográfica comum aos dois lados da raia: o despovoamento!