sábado, 1 de janeiro de 2022

Ceia para dois

Reveillon de 2021

Mesa da última ceia do ano 

Toalha e louça de serviço de mesa, com decoração natalícia;  velas encarnadas acesas, em castiçais de cristal da Boémia, comprados em karlovy Vary na viagem comemorativa do 25º aniversário de matrimónio; vaso com flores de Natal; azevinho, vinho branco, de reserva, da cooperativa de Vila Real; talheres de faqueiro... tudo, na esmerada decoração, associado  a banquete!


Que singela surpresa, para quem chegara há poucas horas de Bruxelas, onde estivera, de 28 a 31 de dezembro, para encontro com os netos no Manneken Pis.

No entanto, não havia convidados para a ceia; éramos apenas dois. 

Pela primeira vez, em dezenas de anos, íamos festejar sozinhos,  em casa, a passagem do ano velho para o novo.


Comida tradicional portuguesa feita com esmero; uma dádiva de amor, a iguaria gastronómica.


A arte e o saber colocados  na feitura do saboroso e suculento Bacalhau à Minhota.


As mãos enrugadas não escondem o passar dos anos. São muitos e deixam marcas. 
 
Encantou-me a gargantilha. Nunca a tinha visto. Soube que foi prenda trazida pela filha, hospedeira de bordo, quando andou pelas quatro cantos do mundo. Elegante na simplicidade, o pendão prateado dava à dama primaz da minha companhia, o charme discreto das senhoras de coração nobre. Como lhe assentava bem! 


A ceia a dois, de fim de ano, foi inesquecível: pelo ambiente, pela simbologia da festa, pela companhia que nos fizemos  mutuamente, pelos silêncios que falam docemente, pela ternura. São tantas as formas que toma o verbo amar!