terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Travancas coberta de branco

Finalmente a neve chegou às terras da raia!


Hoje nevou intensamente na Terra Fria transmontana.





A nevada, das 16  às 22 horas,  cobriu de branco  Travancas, Argemil, São Cornélo, Roriz  e demais  aldeias do Planalto da Bolideira. Nevou, inclusive, em Chaves, na cidade.

Às  16h30, a queda de neve era tão forte que o senhor padre, chegado  de  Mairos, para rezar a missa,  voltou para trás, receoso que a camada de neve acumulada  na estrada o impedisse  de regressar  a casa. As  senhoras que  tinham ido à Via Sacra  e  ficavam para a missa das 17h fizeram o mesmo.









O frio siberiano que atinge toda a Europa até ao Mediterrâneo, trouxe alegria a todos que nestas terras da raia, habituados  a fortes nevões,  já desesperavam - não era só eu - com a falta de neve este inverno.  
Ela aqui está, de volta!




Branca e leve
Branca e fria
Há quanto tempo a não via!
E que saudades Deus meu!



Nota: Fotos de arquivo


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Quando a neve não vem

Vai Travancas da Raia...  a Padornelo

Cada vez que vejo os cumes das serras galegas  cobertos de  branco, fico desejoso  de ir ao encontro da neve.

Fevereiro até tem sido extremamente frio mas o ar seco da Islândia não traz nevadas à Terra Fria transmontana. 

Por isso, como Terça-feira de Carnaval  nevasse em Padornelo, não resisti, meti-me no carro e subi com a "namorada" à Alta Sanábria.



Autovia das Rias Baixas, entre Gudiña  e Puebla de Sanábria. A neve, caída durante toda a manhã, começava entretanto a derreter com a morriña.





Padornelo, aldeia sanabresa do concelho de Lubián, está situada acima da cota de 1300 metros.  

Chega-se lá passando os túneis das Portelas de Canda e Padornelo. 





A Alta Sanábria é de cultura galega mas o estado espanhol, no século XIX, retirou a região ao Reino da Galiza e anexou-a à província de Zamora, de fala castelhana.

Apesar da imposição do castelhano,  o galego resiste, não tendo desaparecendo por completo.



Igreja românica de  Nossa Senhora da Assunção, em Padornelo.
Por aqui passa a Via da Prata, variante sanabresa do Caminho de Santiago.



"Tenda" do senhor Baltazar, à beira da estrada, na qual se torna obrigatório entrar cada vez que me desloco à aldeia.


Ele, em Portugal, gosta de bacalhau e eu em Espanha, do   "jamon" fumado!  Afável, em português e galego nos entendemos.



Comprei-lhe um "zapatero", 18 meses de cura, "gran reserva". Garantiu-me, após a prova do cheiro, num pau espetado no presunto, que era do melhor da Sanábria e que ficava bem servido. Bom comerciante, ofereceu-me uma garrafa de tinto Val de Oliva, de Toro.
A ver vamos...


Dias depois...

Nada mau este zapatero!  Aprovado.



terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Entróido de Chaves

Foi na eurocidade  Chaves-Verin!

No Entrudo, se nós os transmontanos temos os caretos, nem todos famosos como os de Podence e de Ousilhão, os galegos do Vale  de Verín têm os cigarrons!
Graças à mascara, tanto os caretos como o cigarróns gozam de imunidade por parte da moral social vigente. É Carnaval, ninguém leva  a  mal as suas diabruras!



Não há Entróido sem cigarróns, seis chocalhos à cintura, a correr pela via pública e a impor a ordem com chicote. Este ano houve muitos miúdos, como nunca,  a seguir as passadas dos pais.



Desde 2007 que Chaves e Verín, cidades termais banhadas pelo Rio Tâmega,  formam  uma eurocidade,  com o objetivo de criar  laços duradouros, no entanto antigos.

Por isso, nós, flavienses da cidade e da raia, vimos a Verin, ao Entróido! Non temos mellor.



Nenas, fantasiadas de anjinhas


O corso não foi apenas longo; houve muita criatividade, riqueza no vestuário e grandes cabrões  também.

No público via-se muita gente fantasiada, em todos os escalões etários.  Os portugueses, porém, limitaram-se a assistir!




Entroideiros de "Os Lampreas de Verín", sem papas na língua! A crítica mordaz  e a sátira,  aos costumes e à classe política, sempre presentes.



Um grupo de folións trouxe a Catalunya ao corso; no traje, na música, na estelada (bandeira dos independentistas republicanos)  e no casteller  (típica torre humana). 


À aproximação dos "catalans", uns espanholistas começaram a cantar "Que viva España" causando-me mal-estar.
Como é que uma música tão bonita e alegre, cantada por nacionalistas e neo-franquistas se assemelha a um grito de guerra?
Causa temor o nacionalismo espanhol porque, ao contrário de outros nacionalismos ibéricos, açambarca territórios e subjuga nações.
Ai Portugal, Portugal, não ponhas as barbas de molho!


Um grupo de cavaleiros, incluindo de Chaves, encerrou o corso de Domingo Gordo. 
Ata o ano!



 Catalunya




segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Chamava-se Maria

Foi hoje a enterrar

Maria, como os vizinhos lhe chamavam, partiu para  o Pai aos 89 anos.
Vítima de doença prolongada, estava há meses acamada, primeiro  em Chaves no hospital, e depois num Lar em Outeiro de Jusão.




A igreja matriz de  Travancas, tanto no velório como na missa de corpo presente, ficou repleta de familiares, vizinhos e amigos que lhe foram prestar uma última homenagem


Era esposa do Fernando Ribeiro, tio paterno do Dr. Nuno Vaz Ribeiro, presidente  da Câmara Municipal de Chaves. Deixou um filho, membro da  Guarda Nacional Republicana.


O seu corpo jaz no cemitério de Travancas  e a sua imagem permanecerá na memória daqueles que a conheceram e amaram. 

O senhor padre Delmino, na  homilia, definiu-a como mulher de fé  e amiga de partilhar o que tinha, recordando  as meias de lã que fez e lhe ofereceu. Uma vizinha também recorda, com saudade, as couves tenras que recebia   da Maria...


Que a sua alma repouse em paz.





domingo, 11 de fevereiro de 2018

Chaves batido pelo Porto

Não faz esquecer o sabor pela eliminação  do Dragão  para a taça, a época passada


David, um  Valente Transmontano, no municipal de Chaves, para apoiar a equipa flaviense, no jogo contra o Futebol Clube do Porto.

O estádio do desportivo ficou com ar modernaço, depois das obras de colocação de relvado sintético e pala na bancada sul.



 O Desportivo de Chaves começou a jogar bem  mas acabou perdendo a partida por quatro golos a zero, resultado influenciado  pela arbitragem, ao não assinalar duas grandes penalidades a favor dos transmontanos.

Gatuno! Gatuno! 
A voz dos nossos, com insultos ao árbitro e ao jogador mexicano, fez-se ouvir bem alto, em vão; o vídeo-árbitro, como se não existisse, não  interferiu vez nenhuma...