quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Quando a neve não vem

Vai Travancas da Raia...  a Padornelo

Cada vez que vejo os cumes das serras galegas  cobertos de  branco, fico desejoso  de ir ao encontro da neve.

Fevereiro até tem sido extremamente frio mas o ar seco da Islândia não traz nevadas à Terra Fria transmontana. 

Por isso, como Terça-feira de Carnaval  nevasse em Padornelo, não resisti, meti-me no carro e subi com a "namorada" à Alta Sanábria.



Autovia das Rias Baixas, entre Gudiña  e Puebla de Sanábria. A neve, caída durante toda a manhã, começava entretanto a derreter com a morriña.





Padornelo, aldeia sanabresa do concelho de Lubián, está situada acima da cota de 1300 metros.  

Chega-se lá passando os túneis das Portelas de Canda e Padornelo. 





A Alta Sanábria é de cultura galega mas o estado espanhol, no século XIX, retirou a região ao Reino da Galiza e anexou-a à província de Zamora, de fala castelhana.

Apesar da imposição do castelhano,  o galego resiste, não tendo desaparecendo por completo.



Igreja românica de  Nossa Senhora da Assunção, em Padornelo.
Por aqui passa a Via da Prata, variante sanabresa do Caminho de Santiago.



"Tenda" do senhor Baltazar, à beira da estrada, na qual se torna obrigatório entrar cada vez que me desloco à aldeia.


Ele, em Portugal, gosta de bacalhau e eu em Espanha, do   "jamon" fumado!  Afável, em português e galego nos entendemos.



Comprei-lhe um "zapatero", 18 meses de cura, "gran reserva". Garantiu-me, após a prova do cheiro, num pau espetado no presunto, que era do melhor da Sanábria e que ficava bem servido. Bom comerciante, ofereceu-me uma garrafa de tinto Val de Oliva, de Toro.
A ver vamos...


Dias depois...

Nada mau este zapatero!  Aprovado.



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