Três horas de forte nevada
Bica e bebedouro do Rigueiro com ornamentação alusiva ao Inverno frio das terras altas da raia. Em Travancas há quatro destas bicas, tantas como as estações do ano!
Mas os invernos na montanha já não são frios como os de antigamente. Este, de 2019/2020, foi suave; nem sequer se cumpriu o popular ditado "Se não neva em Santa Luzia neva no outro dia".
A queda ininterrupta de farrapos de neve no dia de hoje, das 11h às 14h30, cobriu de branco as aldeias do Planalto da Bulideira e das serras ao redor.
À alegria de presenciar a queda abundante de neve, durante algumas horas, segui-se a tristeza de a ver, fofinha, ser derretida pelos pingos de água, caídos no final da nevada devido à elevação da temperatura.
Não perdi tempo a percorrer a aldeia, para fotografar e guardar para memória futura a alvura do manto de neve, fresco e propício ao recolhimento intimista.
Cameleira florida, planta de folha perene resistente ao frio.
Amplo espaço, voltado para a Sanábria, coberto de um manto de profundo silêncio, onde não se ouve sequer o chilrear dos passarinhos regressados com a Primavera.
Bonito arbusto florido na Rua de Espanha. E que tal, uma Rua da Galiza, como à saída de Chaves, em homenagem aos "irmáns de fala galega"?
Quintal da Casa do Pelicano, um jardim florido. Até quando?
Ei-lo, o senhor Modesto, único dos moradores que encontrei na ronda pela aldeia, confinados em casa em tempo de pandemia gripal. Breve troca de palavras, respeitando o distanciamento social imposto pelo estado de emergência.
Aristocráticas tulipas vermelhas do Beto, do Café Central, tonificam a vista de quem passa por elas.
O sobrado, com as obras junto à Bica do Pêto, ganhou maior visibilidade e robustez estética. Parece novo!