Pároco de Mairos e Travancas
“Pai da Nação Trasmontana”
Fundador da capela do Senhor dos Aflitos em 1893
Se fosse vivo faria hoje 156 anos
Francisco Manuel Alves, nome do abade, nasceu em Baçal, aldeia de Bragança, em 9 de Abril de 1865. Faleceu com 82 anos, na sua terra natal, em 13 de novembro de 1947.
O bispo de Bragança nomeou-o pároco encomendado de Mairos em 7 de
Dezembro de 1889, reitor em 11 de Fevereiro de 1893 e em 16 de
agosto de 1895 foi nomeado para Baçal, paróquia de que tomou posse em 26
de junho de 1896.
Casa em Mairos onde, entre 1890 e 1896, viveu o sacerdote.
Dom José, por
portaria de 5 de Maio de 1890, anexou-lhe a paróquia de Travancas, desprovida de padre, devido a doença e falecimento de José Manuel Fernandes.
Nota:
José Manuel Alves, quando foi enviado para as Terras de Monforte era um jovem de 24 anos no início da vida sacerdotal. Veio como padre e aqui nasceu para a História, para a investigação do passado na biblioteca de Chaves.
A obra que o celebrizou "Memórias Histórico-Arqueológicas do Distrito de Bragança", em doze volumes, inclui as freguesias desanexadas de Bragança em 1922.
Em 9 de abril de 1935, quando celebrava 70 anos, a diocese elevou-o à dignidade de abade - título honorifico - devido aos seus "profundos estudos históricos e proficientes investigações arqueológicas".
Graças às suas Memórias e aos livros de registo paroquial, sabe-se que o Abade de Baçal, além de Mairos, também foi pároco de Travancas.
Sabe-se, igualmente, que capela de Nosso Senhor dos Aflitos, centro de grande romaria no último Domingo de Agosto, foi mandada edificar por ele em 1893 - A profundis - de raiz, numas ruínas romanas do termo de Travancas.
É provável no entanto que a capela, situada numa encruzilhada de caminhos, só tenha ficado concluída no início do século XX, quando já não era sacerdote da paróquia.
Porque não homenagear tão ilustre personalidade? As duas Juntas de Freguesia acolheram bem a iniciativa, dando o seu aval, a que o Caminho Velho entre Travancas e Mairos passasse a chamar-se Caminho do Abade de Baçal.
Está feito, as placas toponímicas encontram-se à saída das duas aldeias. Logo que possa faço uma postagem sobre o panorâmico caminho, carregado de história.
Em harmonia com a Natureza
Aos 80 anos, dois anos antes de morrer, o erudito "Pai da nação trasmontana" escreveu:
Tenho vida ativa pois, além do muito que estudo e leio, trato, por distração, das hortas, sachando-as, mondando, regando, estacando as vinhas, podando, e de outro pequenos serviços - plantação e limpa, enxertia, viveiros de árvores, etc., etc., não esquecendo as flores, de que muito gosto.
Maravilhoso abade!
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