Para espantar pardais
Hoje colhi as cerejas. Das cerdeiras do quintal só uma é que carregou bem.
No mercado de Chaves já as há à venda desde há mais de um mês mas em Travancas, por a primavera começar mais tarde, as cerejas só amaduram em finais de junho, princípio de julho.
Para os pássaros foi um fartote durante a maturação das cerejas. Numa manhã de sol descobri que as debicavam mal começavam a pintar.
Em anos anteriores, quando telefonava ao Tó e ele me dizia que os pardais tinham comido as cerejas, encolhia os ombros pensando que seria um exagero. Este ano, contudo, vi o estrago que faziam num abrir e fechar de olhos!
Entretanto, ao passar na estrada, vi uma cerejeira com sacos usados para ensacar batatas. Parei o carro e desci para perceber. A dona Teresa explicou-me então que esta era uma forma de salvaguardar as cerejas da ação predadora da passarada.
Identificou pardais, melros, estorninhos e corvos como sendo os principais predadores das cerejas.
Além de se cobrirem as cerejas com sacos de batatas, também se penduram CDs nos galhos. O reflexo do disco "cega" os pássaros, mantendo-os afastados da árvore.
Já o David optou por cobrir a cerdeira com uma rede! Mas há quem ponha música com altifalantes!
Com tais exemplos, porque não por o boneco do Pai Natal, guardado na loja, a fazer o papel de espantalho? Foi remédio santo! Diverti-me, a observar a reação dos pássaros. Chegavam lampeiros, em voo rasante, para debicar as cerejas mas, ao se aproximarem, batiam asas, levantavam voo e iam pousar na nogueira. A maior parte das cerejas ficou salva!
A produção desta cerejeira, a primeira, não chegou a duas cestas de batatas. São de boa qualidade mas não são doces como as de Mirandela, compradas na feira de Chaves.
A cerejeira branca também deu uma mão cheia de cerejas! Curioso que a estas os pássaros não lhes chegavam!
1 comentário:
Fantastica ideia essa nao falha.
Eu ainda me lembro quando nos tempos passados faziam uns bonecos de palha vestidos com roupa de homem colocavam-os no meio dos cultivos de milho.
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