Era assim...
...ganhavam-se, davam-se e cantavam-se os Reis, a partir do dia 6 de janeiro, por terras do Alto Tâmega.
E
havia sempre que dar. Tal como os Reis Magos presentearam o Menino,
também às generosas gentes transmontanas não faltou nunca que deixar nas
saquitas humildes das crianças ganhadoras e cantadoras dos Reis -
castanhas, figos, nozes, chouriças...
Em terras raianas, tudo se confundia e misturava: a língua, as gentes, as tradições...
Em terras raianas, tudo se confundia e misturava: a língua, as gentes, as tradições...
Como
recordo com saudade aquele 25 de dezembro em que o Menino Jesus nos
deixou a mim e à minha irmã um bilhete, dentro de um soquinho, com
latinha amarela na biqueira!
Dizia
mais ou mmenos isto: "Como a neve está muito alta, o Menino Jesus não
pode viajar. Mas no dia de Reis vou a Arzádegos, levar os presentes aos
meninos; passo por Travancas e deixo-vos os Reis."
Acreditámos piamente. Se a letra nem era igual à dos pais, não havia que duvidar!
No dia seis, lá estava a boneca de papelão, espanhola, claro, para a minha irmã, e uma caixa de galletas todas coloridas, para mim!
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