sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Criador de charolês

              Vacaria de Argemil faz a diferença

Qual vaqueiro, guardador de boiada, montado em seu cavalo, encontrei-o em cima do trator,  no momento de uma impressionante acrobacia em que as rodas da frente estavam levantadas, que temi pela vida do tratorista. Mas ele, experiente, soube domar a geringonça  e voltou a assentar as rodas dianteiras no chão.  



Com ar sorridente, perguntou-me se não queria falar da sua vacaria no blogue. Não hesitei na resposta. Um convite desses é sempre bem-vindo e  ele, cioso da sua criação, levou-me às instalações para me mostrar o gado.



O gado bovino, de pelagem creme, mucosas róseas, é um cruzamento de pura raça charolesa, branca. Na freguesia é ele o único   criador desta raça de gado. O nome, charolês, deriva de Charolles, uma localidade da Borgonha, região francesa de onde a raça é originária e se espalhou para o mundo inteiro.


Alimentado com raba e outras forragens, é um gado com aptidão para a produção de carne de excelente qualidade, com menos gordura, embora na origem também estivesse vocacionado para o trabalho no campo e a produção de leite.



O criador tem dezenas de animais em dois estábulos e ao ar livre, para engorda.  Há novilhos com 16 dias; vacas de oito meses, com 600 kg a 800 kg, prontas para serem abatidas no matadouro de Chaves; vacas que vão parir dentro de dias  e touro de cobrição.



As charolesas são as suas meninas, que trata com o zelo de quem está ciente que tem nelas o maná.



Em todas as aldeias da freguesia há produtores de gado, mas é em Argemil, onde há outros criadores, que a produção de carne bovina é mais forte.


Na exploração familiar o trabalho é intenso mas, com maquinaria, a mão de obra assalariada é dispensável, tornando rentável o investimento.



Vaca sagrada?
Para o criador é inquestionável, é o seu ganha-pão!



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