terça-feira, 5 de maio de 2020

Sei um ninho

Mas não  guardo segredo

Dia 7 de Abril encontrei num cipreste um ninho de passarinho com quatro ovos brancos, salpicados de pintas.  Mas, ao contrário do poema "sei um ninho", de Miguel Torga, só guardei segredo enquanto os ovos estiveram a ser chocados e os passarinhos não voaram.



Nos dias seguintes voltei ao ninho e, como  ao aproximar-me,  não via a mãe  voar de lá cheguei a recear que os ovos não chocassem devido ao frio. Um dia, porém, vi-a. Dia 15, ao fim da tarde, encontrei três passarinhos e um ovo. Dia 16, às 14 horas, os passarinhos eram quatro a abrir o bico enorme à espera de alimento. Sem penas, tinham a pele protegida por uma camada de pêlos.


A mãe piava no alto das árvores próximas, saltando de galho em galho. Afastei-me, para não  a assustar. Pouco depois entraram no ninho dois passarinhos, um  a seguir ao outro, fêmea e macho provavelmente.


Conselho de Thijs Valkenburg, técnico da associação RIAS.
Nesta fase das crias, será importante não haver distúrbios regulares, uma vez que os progenitores podem deixar as crias se não se sentem confortáveis. Uma espreitadela de 3 em 3 ou 4 em 4 dias poderá fazer. mas se for evitável será o melhor.


Dia 26 de Abril. Perderam a pelugem e  as asas ganharam penas. Excrementos no rebordo do ninho.


30 de Abril. Último dia das crias no ninho.Visita encurtada por receio de que algum deles  caisse e fosse comido pelo gatinho, animal a que dou de comer e às vezes me acompanha, como se fosse um  cão.


Dia 1 de Maio. Quando me aproximei os passarinhos levantaram voo nunca mais os voltando a ver. O  ninho parece abandonado, sem vestígio de que pernoitem nele. Sobreviveram?


Como se chamam estes passarinhos? O técnico a quem pedi informação, baseado na estrutura do ninho e na coloração dos ovos disse que era ninho de verdilhão. Contudo, depois de ver a foto que tirei à fêmea ou macho, disse tratar-se de chamariz ou milheirinha


Cipreste onde foi feito o ninho



2 comentários:

Anónimo disse...



Na dúvida, não terá sido o «vírus chinês» a vir, disfarçado, fazer-nos o ninho atrás da orelha?!

Luís Fernandes

PEREYRA disse...

lol
Sempre bem disposto!