Para esta postagem tive dificuldade em encontrar um título, em português, que me agradasse, porque nas aldeias de Trás-os-Montes, onde o povoamento é concentrado, usa-se a palavra "casal" em vez de "quinta" para designar uma casa de lavoura, com animais e linhares.
Encontrei casualmente o senhor Modesto, agente reformado da GNR, na nevada de Natal, quando andava a fotografar a aldeia coberta de branco. O seu carro foi o primeiro a vir de Chaves para Travancas, rebocado por um trator, a partir de Mairos. Quando me viu, veio ter comigo e disse-me "-Venha ali ver os meus porquinhos!", e eu fui, agradado oom o convite.
Quando se entra pelo quintal é difícil não reparar nos vários carros abandonados que por lá se encontram. Faz-me pena, porque se ficassem num armazém, conservar-se-iam e dentro de algumas décadas seriam raridades. Assim, o destino provável dos carros é a sucata!
Não sabia quantos nem que animais tinha o senhor Modesto mas encontrei alguns. O primeiro que vi foi o gatinho, assustado por eu o querer fotografar.
Depois, foi o seu fiel amigo. Não me ladrou, talvez por estar a acompanhar o dono. Todavia não me recordo de me ter ladrado, quando anteriormente, andei a rondar o quintal, à procura de um ângulo ideal, para uma foto bonita.
Dentro de um dos dois armazéns, onde me levou, para me mostrar a sua criação de porcos, tinha, abrigadas da neve, três ovelhas.
Sempre comunicativo e afável, deixou-as andar um pouco no manto de brancura para eu as fotografar. A bruma e a neve propiciavam um ambiente de grande beleza, saciando os sentidos e deixando a alma radiante de alegria.
Além de animais também tem um viveiro de castanheiros. No ano anterior, quando andei a plantá-los, fui ter com ele para me vender alguns mas já os tinha prometido a alguém.
O senhor Modesto, dizia a minha sogra, ajudou-a algumas vezes, trazendo-lhe medicamentos de Chaves e a pensão da guarda-fiscal.
Ovelha à procura do pasto que não encontra.
Mas a ocupação principal deste vizinho é a sua diversificada criação de porcos, resultante de cruzamento de porco-bravo com pata negra e bísaro.
Num dos armazéns, alem de alfaias agrícolas, lenha e fardos de palha, tem abundante reserva de alimentos para os recos.
Rabas grandes ...
e abóboras...
...alimentam as cevas que hão de transformar-se em presuntos, salpicões e noutro fumeiro, apreciado por amantes da boa cozinha tradicional transmontana.
A rainha da pocilga...
Porca de raça preta com as crias nascidas dez dias antes.
Os requinhos procuram ficar debaixo da lâmpada emissora de calor para se protegerem do intenso frio. São o orgulho do dono.
Segundo o senhor Modesto, os suinos são cruzamento de javali com porcos de raças negra e bísara, os mais afamados para fabrico de fumeiro de superior qualidade.
Se tivesse tido disponibilidade, mais haveria a descobrir nesta abastada casa de lavoura, à conversa com o senhor Modesto, aproveitando a oportunidade que me deu de entrar na sua exploração agrícola. Ficou o amargo de boca de não ter presenciado a matança das suas cevas, no final do ano e em janeiro.
Encontrei casualmente o senhor Modesto, agente reformado da GNR, na nevada de Natal, quando andava a fotografar a aldeia coberta de branco. O seu carro foi o primeiro a vir de Chaves para Travancas, rebocado por um trator, a partir de Mairos. Quando me viu, veio ter comigo e disse-me "-Venha ali ver os meus porquinhos!", e eu fui, agradado oom o convite.
Quando se entra pelo quintal é difícil não reparar nos vários carros abandonados que por lá se encontram. Faz-me pena, porque se ficassem num armazém, conservar-se-iam e dentro de algumas décadas seriam raridades. Assim, o destino provável dos carros é a sucata!
Não sabia quantos nem que animais tinha o senhor Modesto mas encontrei alguns. O primeiro que vi foi o gatinho, assustado por eu o querer fotografar.
Depois, foi o seu fiel amigo. Não me ladrou, talvez por estar a acompanhar o dono. Todavia não me recordo de me ter ladrado, quando anteriormente, andei a rondar o quintal, à procura de um ângulo ideal, para uma foto bonita.
Dentro de um dos dois armazéns, onde me levou, para me mostrar a sua criação de porcos, tinha, abrigadas da neve, três ovelhas.
Sempre comunicativo e afável, deixou-as andar um pouco no manto de brancura para eu as fotografar. A bruma e a neve propiciavam um ambiente de grande beleza, saciando os sentidos e deixando a alma radiante de alegria.
Além de animais também tem um viveiro de castanheiros. No ano anterior, quando andei a plantá-los, fui ter com ele para me vender alguns mas já os tinha prometido a alguém.
O senhor Modesto, dizia a minha sogra, ajudou-a algumas vezes, trazendo-lhe medicamentos de Chaves e a pensão da guarda-fiscal.
Ovelha à procura do pasto que não encontra.
Mas a ocupação principal deste vizinho é a sua diversificada criação de porcos, resultante de cruzamento de porco-bravo com pata negra e bísaro.
Num dos armazéns, alem de alfaias agrícolas, lenha e fardos de palha, tem abundante reserva de alimentos para os recos.
Rabas grandes ...
e abóboras...
...alimentam as cevas que hão de transformar-se em presuntos, salpicões e noutro fumeiro, apreciado por amantes da boa cozinha tradicional transmontana.
A rainha da pocilga...
Porca de raça preta com as crias nascidas dez dias antes.
Os requinhos procuram ficar debaixo da lâmpada emissora de calor para se protegerem do intenso frio. São o orgulho do dono.
Segundo o senhor Modesto, os suinos são cruzamento de javali com porcos de raças negra e bísara, os mais afamados para fabrico de fumeiro de superior qualidade.
Se tivesse tido disponibilidade, mais haveria a descobrir nesta abastada casa de lavoura, à conversa com o senhor Modesto, aproveitando a oportunidade que me deu de entrar na sua exploração agrícola. Ficou o amargo de boca de não ter presenciado a matança das suas cevas, no final do ano e em janeiro.
8 comentários:
Continue, senhor. Gosto mesmo de ver seus comentários e mais ainda, suas fotos. Serei seu leitor assíduo. Um abraço senhor.
Obrigado, caro anónimo!
Que belo reportagem... Obrigada... Ah, os porquinhos do Sr Modesto. Minha filha està morta de os ver outra vez! Daqui pouco, jà estou là...
Cathy, filha do Cristiano
Dona Cathy,
Ainda me ri por causa da sua filha querer tornar a ver os requinhos do senhor Modesto. Quando voltar a encontrá-lo vou pedir-lhe que me deixe tirar fotos dos porquinhos para a sua menina ver como cresceram!
Boas
Um obrigado, aqui fica.
Rui (filho do modesto)
E já agora, dois desses carros, não são para a sucata.
Pelo menos penso em levar para Lisboa, onde actualmente vivo e restaurar o dito, logo que os euros o cheguem.:)
Rui Teixeira
Olá, Rui!
Tive pena de por uns dias não estar em Travancas e de não assistir à matança do leitão que o seu pai se preparava para fazer.
Parabéns por tencionar salvar dois dos carros da sucata. Espero que depois me convide para a reportagem!
Feliz Páscoa.
Boas,
Uma boa pascoa para si também.
também eu estive para ir à matança, mas a é muito longe e eu tenho dois filhos pequenos, e lá estava muito frio.:)
Quanto aos carros, penso em breve trazer um para Lisboa, que tem a minha idade.
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