terça-feira, 18 de setembro de 2012

Vandalismo

Bota abaixo Capital da Batata!

Desde há anos que nos habituámos a ver, junto ao campo da bola, a placa, mandada colocar pela Junta de Freguesia, a indicar, a quem chegava à povoação, que estava a entrar na Capital da Batata. Todos sentíamos uma pontinha de orgulho, por Travancas ser capital da batata, outrora, a principal fonte de riqueza de quem tinha lavoura e de quem andava à geira.
 
 
 
 

Capital da B.T.T.
Embora  a designação, que nos autorgamos, não tenha merecido contestação por parte de outras terras transmontanas, produtoras de batata, há quem nos últimos tempos tenha embirrado com  a placa toponímica e tenha, em tempos, apagado os "ás" da palavra batata. Neste verão, possívelmente, o mesmo personagem, insatisfeito, partiu os ferros da placa e escondeu-a.  Foi com tristeza que, em agosto, no regresso à aldeia, dei  pela falta deste elemento identificativo. Os emigrantes devem ter sentido o mesmo.
 
 



Estranhando a ausência da placa, falei com o Beto para saber o que se passara. Explicou-me que a descobriu, danificada, num giestal. Guarda-a num armazém do Café Central e logo que haja oportunidade, tenciona colocá-la na estrada; mas mais perto da povoação, com o intuito de inibir novos atos de vandalismo por parte de quem age às escondidas.
Beto, os filhos e amigos deste planalto ecológico, conscientes da visibilidade que o tubérculo dá à freguesia, ficam a aguardar a reposição de um símbolo que nos identifica enquanto comunidade produtora de batata, de excelência!
 
 
 

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns. Excelente reportagem. Didática e pedagógica, não só fazendo publicidade deste rincão, mas acima de tudo, mostrando à diáspora a continuação dos bons costumes no amanhar da terra e das colheitas, se bem que com o recurso às novas tecnologias. De realçar a torna geira, ou o espírito comunitário que ainda persiste. Uma verdadeira lição para as sociedades urbanas onde as pessoas, sendo muitas, é certo, não deixam de ser solitárias, mesmo as que vivem paredes meias nos prédios. Continue assim genuino e etnográfico. Abraço. António Ramos (DE_SVO)