Avó Laurinda acarreta molho
Avó
Tu que tens cabelos
branquinhosTu que tens mãos calejadas de trabalho
Tu que tens no rosto 85 sulcos da idade
Foste à Cortinha
Cortar erva viçosa
E carregaste às costas
Um molho
Por Argemil arriba
Um molho
Por Argemil arriba
Tocando as vacas para a loja, ao fim do dia.
Avó
Vi-te
Tu viste-me
Sentei-me ao teu lado
Sem saber o teu nome
Sem supor
Para que querias
O molho de erva verde da Cortinha
Avó
Agora já sei
Aprendi a lição
Os láparos comem couve-galega
Comem erva viçosa da Cortinha
Avó Laurinda
Bem-haja pela tua dádiva
Vi-te
Tu viste-me
Sentei-me ao teu lado
Sem saber o teu nome
Sem supor
Para que querias
O molho de erva verde da Cortinha
Avó
Agora já sei
Aprendi a lição
Os láparos comem couve-galega
Comem erva viçosa da Cortinha
"Vou fazer 85 anos no dia 10 de outubro. Tenho três filhos, sete netos, cinco bisnetos"
Avó Laurinda
Bem-haja pela tua dádiva
Que Deus Nosso Senhor
To acrescente
Amén
Em Argemil, como em toda a raia, galega e transmontana, é costume, depois de escanar o milho, por as maçarocas a secar, penduradas nas lojas e varandas.
Coelhos alimentados, é hora de cerrar o cortelho.
2 comentários:
Ternurento!
A "Avó LAURINDA" com certeza que, além das ervas da cortinha, também «foi às leitugas», para os coelhos.
(Sabe como se apanham?).
Luís Henrique Fernandes
Olá, Luís!
Depois de ter lido o comentário, informei-me, e agora que já sei o que são "leiturgas"; também aprendi que se apanham com uma faca velha! Tenho uma boa professora cá em casa!
A avó Laurinda é o retrato comovente da nossa gente transmontana autêntica cuja maior beleza reside no coração.
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