E o enigma da cruz egípcia
Um dos símbolos mais sagrados do Antigo Egito, a cruz ansata ou cruz Ankh, esculpido numa fonte de Roriz, remota aldeia de montanha, junto à raia, intrigou-me.
Partindo do pressuposto de que não seria obra de trolha mas de mestre pedreiro, conhecedor de símbolos esotéricos egípcios, indaguei desde quando é que a cruz da vida estava na fonte. Quando soube que datava de 2005, portanto, sem valor histórico como o albergue de peregrinos de Santiago, não fiquei desiludido.
Pelo contrário, quis conhecer o Ricardo, moço de Roriz, autor da cruz egípcia, feita no âmbito de um exame de aplicação prática de competências, adquiridas num curso de desenho projetista.
"Gosto muito de mistérios antigos... a cruz simboliza a vida, as águas do Nilo..."
O Ricardo não saiu da aldeia; faz parte de uma associação que, embora já tenha organizado um torneio de futebol, está parada. A falta de jovens é um dos problemas que aponta para a inércia da associação. A solução, para a revitalizar, talvez passe por incluir jovens de outras aldeias da União das Freguesias de Travancas e Roriz. Porque não?
Antiga escola primária onde traçou os primeiros desenhos. Dotado de sensibilidade artística, acredita que "a arte responde às nossas perguntas" e que "às vezes as grandes oportunidades aparecem disfarçadas atrás de tarefas árduas".
É assim o Ricardo, tão misterioso como a arte da Terra de Mênfis.
É assim o Ricardo, tão misterioso como a arte da Terra de Mênfis.
Na união das duas freguesias já tínhamos em Argemil um promissor pintor, o Luís; Agora, no
"Ricardo, Coração de Leão" de Roriz, podemos ter um 'rei' arquiteto, mestre na arte de desbastar a pedra,
usando o malho e o cinzel.
"Para mim é gratificante ser reconhecido pelas pessoas da terra".
Quem lhe dá então a mão, para poder mostrar o seu valor e, assim concretizar o louvável sonho de ser mestre pedreiro, arquiteto de obras emblemáticas, como os templos de Salomão e de Luxor?
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