Espaços de sociabilidade
Café Central, o ponto de encontro de todos os dias
Nas aldeias da freguesia - Travancas, Argemil e São Cornélio - os cafés, à falta de outros espaços de convívio, desempenham um importante papel no processo de socialização.
Apesar da asfixia económica ter contribuído, entre outros fatores, para o encerramento do café do Amaral, em Argemil, os restantes vão sobrevivendo à crise. O Ginja tinha uma gerência simpática e era um espaço acolhedor, com lareira acesa no inverno. O seu encerramento deixa saudades aos seus habituais frequentadores.
Em Argemil, o primeiro café a fechar portas foi o do Paulo, reaberto recentemente, sob gerência da Marta, já depois do Amaral ter fechado o seu.
No café da Marta os homens jogam às cartas num salão, fora das vistas de quem está ao balcão. Nos outros cafés da freguesia é igual, a sala de jogos fica resguardada. No passado, nas tabernas, faziam-se apostas e jogava-se a dinheiro. Hoje, normalmente, quem perde paga a rodada em copos de cerveja ou vinho. Jogar à sueca é mais uma forma de entretenimento e de relacionamento interpessoal, onde há espaço para a má língua e o controle social.
Em todos os cafés há televisores para se assistir aos jogos transmitidos na TV Sport e a programas de canais codificados enquanto, na companhia de algum amigo, familiar ou vizinho, se toma uma imperial e se comem tremoços.
O Café Moderno, situado no bairro mais antigo de Argemil, no fundo do povo, tem a particularidade de ser frequentado por jovens cibernautas que, não tendo internet em casa, o procuram para navegar na net.
Argemil é das três aldeias da freguesia, aquela que tem uma população menos envelhecida. No verão são muitos os jovens, de férias na aldeia, que frequentam o café para passar o tempo, nem que seja para um jogar matraquilhos. O convívio é salutar; contribui para a socialização dos jovens e a sua integração na comunidade.
O Café Central, do Gustavo, presidente da junta de freguesia, é o must dos cafés da freguesia. No concelho de Chaves, de Vila Verde da Raia para cima, não há outro com serviço de pay-shop, pagamentos automáticos, incluindo portagens das ex-SCUTS.
Café do Bairro, em São Cornélio, com boa esplanada virada para o vale de Chaves.
Nesta aldeia da freguesia só há este café, um bem iluminado espaço, dotado de sala de jogos e televisão.
Tantas crianças saudáveis, filhas de emigrantes, no café de São Cornélio! Não seria melhor para o país que elas estivessem cá dentro? Os jovens são o futuro; uma riqueza deitada fora que vai contribuir para desenvolvimento das terras para onde os pais emigraram!
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