Ao Carlos, baleado em Chaves
José Carlos, 39 anos, filho do senhor Humberto Outeiro, deixa viúva e filha.
Natural de São Cornélio, trabalhava em Chaves, cidade onde, na manhã do dia 17, foi encontrado morto na rua, baleado por caçadeira.
A sua morte, pelas circunstâncias que a rodearam, foi noticiada nos órgãos de comunicação social nacionais.
Indagando sobre a autoria do assassinato ninguém me soube responder. No entanto, a comunicação social fala de crime passional.
Em São Cornélio, aldeia onde residem seus pais, a comoção foi grande.
Foram muitos, além dos familiares, os vizinhos, amigos e conhecidos, das aldeias vizinhas e de Chaves, que quiseram manifestar o seu pesar à família enlutada, comparecendo, quer no velório, na capela, quer no funeral.
Da capela, o esquife foi levado para a igreja.
Na igreja, o senhor padre Delmino, coadjuvado por outros sacerdotes, rezou missa de corpo presente, por alma do malogrado Carlos.
Que diferença entre estas exéquias, pensei eu durante a Eucaristia, e as de Mário Soares nos Jerónimos, o presidente laico que os portugueses, maioritariamente católicos e tolerantes, elegerem duas vezes Presidente da República. Há dois "Portugais", o profundo e o da laicidade!
A igreja de São Cornélio ficou apinhada, apesar de muitos dos que foram ao funeral terem ficado pelo adro.
Muitos jovens, amigos, conhecidos e companheiros de trabalho do Carlos, quiseram prestar-lhe um último adeus e subiram à montanha, até São Cornélio. A sua presença era bastante visível, fazendo a diferença, relativamente a outros funerais, onde habitualmente os jovens estão ausentes.
Amado filho
Até sempre!
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