sábado, 27 de julho de 2013

Vaga de Calor

 Segadas já começaram
 
Julho abrasador amadurou os pães, ainda verdes devido às chuvas da primavera.


 
 
Voltaram as ceifas, mecanizadas e menos árduas,  mas sem a alegria dos ranchos de segadores.
 
 
 
 
O tempo quente chegou quando os pães ainda não tinham suficiente farinha.
 
 
 
Queixam-se do prejuízo os produtores de centeio.
 
 
Enfardadeira  em ação.
  
 
 
 
Fardos a caminho de São Cornélio.




Searas douradas banhadas pelos raios solares, no "Planalto Ecológico de Travancas".  Uma maravilha da Natureza!
 
 
 

terça-feira, 16 de julho de 2013

No Jardim da Dona Amélia

Giroflé, giroflá


A dona Amélia é uma discreta senhora  que se esmera no cultivo de  flores, no quintal da sua moradia.
 
 
 
A sua paixão são as flores.
 
 
Tem-nas o ano todo, cultivadas em canteiros e vasos.
 
 

A diversidade é grande.


Metódica, meticulosa e de sensibilidade apurada, guarda as sementes de um ano para o outro, pondo-lhes etiquetas e partilhando-as com vizinhas e amigas.
 
 

No quintal tenho algumas plantas dessas sementes que teve a amabilidade de oferecer à minha mulher.
 
 

Também são suas as flores com que frequentemente ornamenta os altares da igreja matriz, ajudando, desse modo, a paróquia a reduzir a despesa com floristas.
 
 

A vivenda, erguida num amplo espaço, sobressai pelas sóbrias linhas clássicas e tonalidades claras. Recuada da rua, entra-se nela por um robusto portão de ferro forjado, pintado de verde. No telhado, o gracioso mirante dá-lhe uma aparência apalaçada.
 
 
 


Essas características fazem-me recordar a sumptuosa mansão rural, de fazendeiro abastado, que aparece no filme  sobre a guerra civil americana, "E Tudo o Vento Levou".
 
 
 
Requintado candeeiro, para decoração e iluminação noturna.
 
 
 
No dia em que fui conhecer o jardim da dona Amélia, encontrei-a de avental e galochas, a ajeitar os feijoeiros, para  melhor se agarrarem às  estacas.
 
 
 
Nele não há só flores. Há também, bem regadas, caminheiras de alface, viçosos canteiros de cebolas e batatas, morangueiros e diversas árvores de fruto.
 
 
 
 
Para terminar, seguem-se algumas fotos de flores deste bem cuidado jardim.
 
 
 
 
 
 
 

 
 São bonitas, não são?
Paixão, é o segredo!
 


sexta-feira, 12 de julho de 2013

Castanheiros em flor


Património paisagístico das terras raianas


As culturas da batata, do centeio e do castanho, a par do contrabando, foram fonte de riqueza  da gente raiota e fazem parte do património paisagístico destas Terras de Monforte.  Por Travancas, os castanheiros começaram a florir na segunda quinzena de junho. Em zonas de menor altitude, porém, a floração teve início em maio.
 
 
 
 
 Cada árvore desenvolve flores masculinas e femininas, surgindo estas um mês mais tarde.
 
 

Ambas saem do pé das folhas sob a forma de cachos de flores amarelas, os amentilhos, de 20 a 30 cm de comprimento. Por parecerem iluminar a árvore, são chamados de candeias  em algumas zonas..
 
 
 
 
 O forte odor das flores, de grande beleza,  atrai abelhas e outros insetos que, juntamente com o vento, transportam o pólen de umas árvores para outras.
 
 
 
 
 É no interior das flores femininas, dentro de um ouriço, que se formam as castanhas, normalmente três frutos em cada um.


 
Há tantos castanheiros, tantos soutos na freguesia, porque não fazer caminhadas ecológicas para observação dos castanheiros floridos!
 
 

 
 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Travancas Renova-se

Casas de cara nova

A aldeia despovoa-se  mas, habitantes e não residentes, apostados na fixação e no retorno à terra, constroem, reconstroem e restauram casas familiares, degradadas,  a maioria para habitação secundária.  Apesar dos tempos de crise, o movimento de renovação do património arquitetónico urbano tem sido constante nos últimos anos.
 
 

Obras na casa herdada pela dona Claudina, no início de maio de 2013

Atualmente, no bairro Além do Rigueiro, estão a fazer-se obras em duas casas que vão embelezá-las exteriormente e torná-las mais confortáveis. 




A top model, casa mais fotografada por mim
 
Constrói-se com mais qualidade e há uma tendência para o retorno ao uso do granito, material de construção tradicional.  Esta bonita imitação de pedra cortada, nas paredes da imponente maison, está a ser feita por galegos de Feces de Cima.
 
 
 
 
São várias as casas no povo onde os galegos têm estado a substituir a cal por massa  impermeável, mais eficaz no combate à humidade e cujo aspeto granítico, cinzento ou acastanhado, acentua a proximidade, estilizada, à ruralidade das casas tradicionais transmontanas, enriquecida, ela própria, com uma panóplia de estilos de diferentes origens.
 
 

 
 
 


Casa do Tó pintada e ornamentada de granito  A renovação, feita no ano anterior, combina harmoniosamente com a casa ao lado.  A Dona Joaquina, sua vizinha, também mandou há dias dar umas pinceladas na dela, tendo ficado mais branquinha. E assim vai Travancas, renovando e recuperando o seu património arquitetónico!
 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Floração da Batata

Nas hortas da Capital da Batata

As batatas semeiam-se tarde, em abril. Mais cedo, não, para evitar que as geadas queimem os rebentos. Dois meses e meio depois começam a florir e em setembro faz-se o arranque.



 
 O verde da rama da batata e o branco da flor são um tonificante visual a quem percorre as ruas nesta altura.



Em Travancas, ao contrário de muitas aldeias, as hortas, de terras férteis,  intercalam-se com casas, especialmente nas ladeiras viradas para o anterior curso do rigueiro. Nos campos à volta do povo, este ano predomina a cor das searas de centeio.  O preço pago ao produtor é que determina em cada ano agrícola, se se deita mais centeio à terra ou mais batata.
 


Plantação de batatas  no quintal do Matias, para consumo doméstico. 



Bonita flor de batateira
 


 
 O trabalho de produtor de batata é árduo. Não bastam a rega e a monda....
 


É preciso cobrir as batatas com terra para que não fiquem sujeitas a apanhar luz solar.  A técnica é um saber que se transmite de geração em geração.   Nisso, o Tó Ribeiro é um mestre. Com o saber de experiência feito, ele ensina quando e como cobrir as batatas.



 É preciso estar atento ao aparecimento de pragas e espalhar atempadamente o veneno pela rama.
 
 

Comentando com o Isaac, residente em  Estrasburgo, mas a passar uma semana na terra, que era mais prático e barato comprar as batatas, para consumo, do que produzi-las, contrapôs-me ele, com evidente orgulho:  -mas as nossas, semedas por nós, sabem melhor!
 
 
 
 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Pai Natal vai às cerejas

Para espantar pardais

Hoje colhi as cerejas.  Das cerdeiras do quintal só uma é que carregou bem.
 
 
 
No mercado de Chaves já as há à venda  desde há mais de um mês mas em Travancas, por a primavera começar mais tarde, as cerejas só amaduram em finais de junho, princípio de julho.
 
 
 
Para os pássaros foi um fartote durante a maturação das cerejas. Numa manhã de sol descobri que as debicavam mal começavam a pintar.
 
 
 
Em anos anteriores, quando telefonava ao Tó  e ele me dizia que os pardais tinham comido as cerejas, encolhia os ombros pensando que seria  um exagero. Este ano, contudo, vi o estrago que faziam num abrir e fechar de olhos!
 
  
 
Entretanto, ao passar na estrada, vi uma cerejeira com sacos usados para ensacar batatas. Parei o carro e desci para perceber. A dona Teresa explicou-me  então que esta era uma forma de salvaguardar as cerejas da  ação predadora da passarada.
 
 
 
Identificou pardais, melros, estorninhos e corvos como sendo os  principais predadores das cerejas. 
 
 
 
 
Além de se cobrirem as cerejas com sacos de batatas, também se penduram CDs nos galhos. O reflexo do disco "cega" os pássaros, mantendo-os afastados da árvore.
 
 
 
Já o David optou por cobrir a cerdeira com uma rede! Mas há quem ponha música com altifalantes!
 
 
 
Com tais exemplos, porque não por o boneco do Pai Natal, guardado na loja,  a fazer o papel de espantalho? Foi remédio santo! Diverti-me, a observar a reação dos pássaros. Chegavam lampeiros, em voo rasante, para debicar as cerejas mas, ao se aproximarem, batiam asas, levantavam voo e iam pousar na nogueira.  A maior parte das cerejas ficou salva!
 
 

 
A produção desta cerejeira, a primeira,  não chegou a duas cestas de batatas.  São de boa qualidade mas não são doces como as de Mirandela, compradas na feira de Chaves.
 
 

A cerejeira branca também deu uma mão cheia de cerejas! Curioso que a estas os pássaros não lhes chegavam!